Nota Meteorológica SDC/SC 29/11 – Previsão Climática para o período do verão 2024/2025
Ao longo dos próximos meses a previsão indica que, apesar de o oceano Pacífico Equatorial apresentar resfriamento, ele não será suficiente para a configuração de um evento de La Niña. Desta forma, continuaremos em neutralidade climática e o próximo trimestre deve apresentar um padrão de chuvas e temperaturas dentro do esperado para a época do ano.
Destaca-se que, com a aproximação do verão, os meses de dezembro, janeiro e fevereiro costumam ser marcados por chuvas irregulares, associadas aos “temporais de verão”, que se formam nos períodos da tarde e noite e são potencializados pela disponibilidade de calor e umidade. Além disso, no litoral catarinense, os meses de janeiro e fevereiro englobam o período mais chuvoso do ano, devido à frequente atuação da circulação marítima.
O mês de dezembro de 2024 tende a iniciar com um período mais chuvoso em todo o estado, mas a partir da segunda quinzena do mês, a chuva deve diminuir. No balanço do mês, são esperados acumulados próximos da média, que corresponde a valores entre 150 e 200mm. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2025 também são esperados volumes de chuva dentro da média. No entanto, é importante ressaltar que a média de chuva para janeiro e fevereiro oscila entre 200 e 350mm no litoral e entre 150 e 200mm no interior do estado.
Em relação às temperaturas, o verão é a época mais quente do ano. No final de 2024 e início de 2025 é esperado que as temperaturas apresentem um comportamento próximo e até levemente acima da média, com possibilidade de dias consecutivos de calor intenso.
Por fim, destaca-se que, apesar de se esperar um verão dentro da normalidade, isso não exclui a possibilidade de ocorrerem eventos extremos de precipitação e/ou ondas de calor que possam gerar transtornos à população.
HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS
De acordo com o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), que abrange 29 anos de dados (1995-2019), foram registradas 5540 ocorrências de desastres.
Grande parte das ocorrências ficam concentradas nos meses mais quentes do ano, entre setembro e março (Figura 2). O verão é marcado pelo aumento de ocorrências associadas, principalmente, a temporais causados pela disponibilidade de calor e umidade, resultando em chuvas intensas com alagamentos e enxurradas. No litoral, eventos de chuvas recorrentes e por vezes intensa associadas à circulação marítima também são comuns, sendo caracterizadas pelo transporte de umidade do mar para o continente.
Figura 1. Distribuição mensal do total de ocorrências (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.
No trimestre, o mês de Janeiro registrou pouco mais de 60 ocorrências associadas a chuvas intensas, seguido por Fevereiro e Dezembro, que registraram entre 30 e 20 ocorrências respectivamente. Isso faz deste período do ano o que apresenta o maior número de ocorrências. Estes eventos estão relacionados com o aumento de temporais de verão, que ocorrem por conta da combinação da grande disponibilidade de umidade com altas temperaturas.
Figura 2. Distribuição mensal das ocorrências por Chuvas Intensas. Fonte: UFSC, 2020.
As chuvas intensas são caracterizadas por grandes volumes de chuva em curto período de tempo. Com isso, muitas vezes estes eventos provocam aumento de outras ocorrências como enxurradas e alagamentos (Figuras 4 e 5).
O mês de Janeiro é disparadamente o mês do ano com o maior número de ocorrências relacionadas a enxurradas, se aproximando de 350 registros no período (Figura 4), assim como alagamentos com 33 registros (Figura 5). Os meses de Dezembro e Fevereiro que compõem o trimestre de verão também apresentam um volume maior de ocorrências relacionadas a esses eventos, como é possível observar nas Figuras 4 e 5.
Figura 3. Distribuição mensal das ocorrências por Enxurradas. Fonte: UFSC, 2020.
Figura 4. Distribuição mensal das ocorrências por Alagamentos. Fonte: UFSC, 2020.
RECOMENDAÇÕES
No caso de alagamentos e enxurradas, evite o contato com as águas e não dirija em locais alagados. Não transite sobre pontilhões e pontes submersas. Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões.
Durante temporais com raios, rajadas de vento e granizo, busque local abrigado, longe de árvores, placas e de outros objetos que possam ser arremessados. Na praia, não fique na água.
A Secretaria da Proteção e Defesa Civil reitera a necessidade de acompanhar diariamente os Avisos e boletins de previsão do tempo devido às constantes atualizações nos modelos meteorológicos.
#DEFESACIVIL, SOMOS TODOS NÓS.