Nota Meteorológica SDC/SC 01/03 – Previsão Climática para o trimestre Março, Abril e Maio de 2025

Elaborado em: 01 de março de 2025
Meteorologista: Caio Guerra
PREVISÃO
No próximo trimestre, a previsão indica tendência de neutralidade do fenômeno El Niño (Figura 1). Apesar das temperaturas se encontrarem negativas no Oceano Pacífico Equatorial, sinal do fenômeno La Niña, essas temperaturas não devem se sustentar por um longo período e nem com intensidade suficiente, não sendo suficiente para a caracterização do fenômeno.
Figura 1: Previsão probabilística do fenômeno El Niño – Oscilação Sul. Fonte: Climate Prediction Center (CPC).
Por outro lado, mesmo sem a atuação do fenômeno La Niña, algumas regiões do estado já tem sofrido com a falta de chuva, especialmente no Oeste Catarinense. Para os próximos meses, março, abril e maio, os modelos meteorológicos indicam que a precipitação deve ficar entre média e abaixo do esperado.
Em relação às temperaturas, no próximo trimestre, espera-se um comportamento acima do esperado, com temperaturas mais elevadas em março, mês de verão, e reduzindo gradualmente com a aproximação do outono em abril e maio.
CLIMATOLOGIA
Os próximos meses (março, abril e maio) compreendem o final do verão e o início do outono no Hemisfério Sul. No mês de março, as chuvas são caracterizadas por se concentrar nas áreas mais a leste do estado, especialmente ao longo do litoral e das áreas serranas próximas, em função da circulação marítima, um dos principais mecanismos geradores de precipitação neste período, que soma-se a formação de convecção típica de verão (temporais) entre as tardes e noites. Estas condições favorecem a ocorrência de precipitação intensa em curto período de tempo, fortes rajadas de vento e eventual precipitação de granizo.
Em março, os volumes apresentam redução na maioria do estado, especialmente no Litoral, onde variam de 150 a 200 mm. Entre o Oeste e Extremo Oeste, no entanto, observa-se um ligeiro aumento, com acumulados médios entre 125 e 175 mm.
No decorrer de abril e maio, a passagem de frentes frias e a formação de ciclones extratropicais atuam de forma recorrente, e passam a contribuir para chuvas mais abundantes no Oeste do estado e períodos com maior agitação marítima e ressaca nas regiões litorâneas.
Em abril, a tendência segue de diminuição das precipitações em relação aos meses anteriores no Litoral, onde passam a variar de 90 a 130 mm em média. No Extremo Oeste e em parte do Oeste, por outro lado, a tendência segue de aumento: variam de 130 a 170 mm.
Em maio, a precipitação volta a subir no centro-leste do estado, com valores médios entre 120 e 150 mm. Do Oeste ao Litoral Sul os valores médios também sobem em relação ao mês anterior, marcando entre 150 e 200 mm nestas áreas.
O decorrer do mês de março ainda é caracterizado por apresentar altas temperaturas, com tardes marcadas pelo calor e noites e madrugadas abafadas. A partir de abril, com o início efetivo do outono, os dias com grande amplitude térmica (noites mais frias e tardes mais quentes) passam a ser mais recorrentes, proporcionadas pela chegada das primeiras massas de ar frio da estação.
HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS
De acordo com o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), que abrange 29 anos de dados (1995-2019), foram registradas 5540 ocorrências de desastres.
A maior parte das ocorrências ficam concentradas nos meses mais quentes do ano, entre setembro e março (Figura 2). O mês de março ainda responde ao padrão de verão, com ocorrências associadas a temporais acompanhados de chuva intensa, o que causa alagamentos e enxurradas. No litoral, eventos de chuvas recorrentes e por vezes intensa associadas à circulação marítima ainda são comuns, mas menos frequentes se comparados aos outros meses de verão.
O mês de abril e maio, por outro lado, já apresentam características do outono. Estes meses são marcados por apresentar uma diminuição geral no regime de chuvas do estado, acaba por apresentar uma diminuição no registro total de ocorrências, ficando muito próximo às registradas durante o inverno, época de menos chuva no estado.

Figura 2. Distribuição mensal do total de ocorrências (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.
O final do verão e início do outono é marcado pela redução do número de ocorrências relacionadas a enxurradas, se aproximando de 160 em Março e pouco mais de 130 em abril (Figura 3). Um comportamento distinto é observado para os casos relacionados a alagamentos (Figura 4), sendo os meses de Março e Maio o segundo e terceiro meses, respectivamente, com mais registros do ano com uma diminuição considerável em Abril (5).

Figura 3. Distribuição mensal das ocorrências por Enxurradas. Fonte: UFSC, 2020.

Figura 4. Distribuição mensal das ocorrências por Alagamentos. Fonte: UFSC, 2020.
RECOMENDAÇÕES
No caso de alagamentos e enxurradas, evite o contato com as águas e não dirija em locais alagados. Não transite sobre pontilhões e pontes submersas. Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões.
Durante temporais com raios, rajadas de vento e granizo, busque local abrigado, longe de árvores, placas e de outros objetos que possam ser arremessados. Na praia, não fique na água.
A Secretaria da Proteção e Defesa Civil reitera a necessidade de acompanhar diariamente os Avisos e boletins de previsão do tempo devido às constantes atualizações nos modelos meteorológicos.
#DEFESACIVIL, SOMOS TODOS NÓS.