Nota Meteorológica SDC/SC 31/01 – Previsão Climática para o trimestre Fevereiro, Março e Abril de 2025
PREVISÃO
No próximo trimestre a previsão indica a configuração do fenômeno La Niña (Figura 1), que se caracteriza por deixar a chuva menos frequente e irregular em Santa Catarina. O fenômeno terá fraca intensidade e deve persistir até março/abril.
Figura 1: Previsão probabilística do fenômeno El Niño – Oscilação Sul. Fonte: Climate Prediction Center (CPC).
Com isso, os meses de fevereiro e março tendem a apresentar chuvas dentro da média, mas com algumas localidades podendo receber precipitações abaixo do esperado, principalmente no Grande Oeste catarinense. Destaca-se que, como mencionado anteriormente, o mês de fevereiro costuma ser chuvoso no estado, principalmente no litoral. Já no mês de março, com a aproximação do outono, os volumes de chuva diminuem.
Em abril, com o outono já iniciado, a previsão climática indica um mês típico de chuvas dentro da média. Porém, diferente dos meses de verão, abril costuma ser pouco chuvoso no estado. Desta forma, levando em consideração as chuvas menos frequentes e mais irregulares, é preciso estar atento para uma possível condição de estiagem em alguns municípios.
Em relação às temperaturas, no próximo trimestre, espera-se um comportamento dentro do esperado, com temperaturas mais elevadas em fevereiro, mês de verão, e reduzindo gradualmente com a aproximação do outono em abril.
CLIMATOLOGIA
Os próximos meses (fevereiro, março e abril) compreendem o final do verão e o início do outono no Hemisfério Sul. De acordo com a climatologia, na maior deste período, sobretudo entre fevereiro e março, as chuvas são caracterizadas por se concentrar nas áreas mais a leste do estado, especialmente ao longo do Litoral e das áreas serranas próximas, em função da circulação marítima, que é um dos principais mecanismos geradores de precipitação neste período, que soma-se a formação de convecção típica de verão (temporais) entre as tardes e noites, sendo estas associadas ao calor, disponibilidade de umidade e presença de sistemas de baixa pressão na atmosfera e mais presentes nas demais regiões do estado que comumente favorecem a ocorrência de precipitação intensa em curto período de tempo, fortes rajadas de vento e eventual precipitação de granizo. Entre meados de março e principalmente abril, a passagem de frentes frias e a formação de ciclones extratropicais de forma recorrente passam a contribuir para chuvas mais abundantes no Oeste do estado e períodos com maior agitação marítima e ressaca nas regiões litorâneas.
No mês de fevereiro os volumes acumulados seguem altos no Litoral e regiões próximas, associadas principalmente à circulação marítima. Já no interior do estado, a chuva é mais irregular, e está associada a temporais típicos de verão. De uma forma geral os volumes esperados variam entre 200 e 300 mm no Litoral e regiões próximas, e vão diminuindo no interior, oscilando entre 130 e 200 mm.
Em março, os volumes apresentam redução na maioria do estado, especialmente no Litoral, onde variam de 150 a 200 mm. Entre o Oeste e Extremo Oeste, no entanto, observa-se um ligeiro aumento, com acumulados médios entre 125 e 175 mm.
Em abril, a tendência segue de diminuição das precipitações em relação aos meses anteriores no Litoral, onde passam a variar de 90 a 130 mm em média. No Extremo Oeste e em parte do Oeste, por outro lado, a tendência segue de aumento: variam de 130 a 170 mm.
A maior parte desse período ainda é caracterizado por apresentar altas temperaturas, com tardes marcadas pelo calor e noites e madrugadas muitas vezes abafadas, especialmente entre fevereiro e a maior parte do mês de março. A partir de abril, com o início efetivo do outono, os dias com grande amplitude térmica (noites mais frias e tardes mais quentes) passam a ser mais recorrentes, proporcionadas pela chegada das primeiras massas de ar frio da estação.
HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS
De acordo com o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), que abrange 29 anos de dados (1995-2019), foram registradas 5540 ocorrências de desastres.
A maior parte das ocorrências ficam concentradas nos meses mais quentes do ano, entre setembro e março (Figura 2). Os meses de fevereiro e março ainda respondem ao padrão de verão, com ocorrências associadas a temporais acompanhados de chuva intensa, o que causa enxurradas. No litoral, eventos de chuvas recorrentes e por vezes intensa associadas à circulação marítima também são comuns, sendo caracterizadas pelo transporte de umidade do mar para o continente. O mês de abril, por outro lado, por apresentar uma diminuição geral no regime de chuvas do estado, acaba por apresentar uma diminuição no registro total de ocorrências, ficando muito próximo às registradas durante o inverno, época de menos chuva no estado.
Figura 1. Distribuição mensal do total de ocorrências (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.
O trimestre é marcado pela redução gradual do número de ocorrências relacionadas a enxurradas, se aproximando de 220 registros em Fevereiro (semelhante ao registrado em Setembro na Primavera), 160 em Março e pouco mais de 130 em abril (Figura 2). Um comportamento distinto é observado para os casos relacionados a alagamentos, sendo o mês de Março o segundo com mais registros do ano (23) com uma diminuição considerável em Abril (5).
Figura 2. Distribuição mensal das ocorrências por Enxurradas. Fonte: UFSC, 2020.
Figura 3. Distribuição mensal das ocorrências por Alagamentos. Fonte: UFSC, 2020.
RECOMENDAÇÕES
No caso de alagamentos e enxurradas, evite o contato com as águas e não dirija em locais alagados. Não transite sobre pontilhões e pontes submersas. Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões.
Durante temporais com raios, rajadas de vento e granizo, busque local abrigado, longe de árvores, placas e de outros objetos que possam ser arremessados. Na praia, não fique na água.
A Secretaria da Proteção e Defesa Civil reitera a necessidade de acompanhar diariamente os Avisos e boletins de previsão do tempo devido às constantes atualizações nos modelos meteorológicos.
#DEFESACIVIL, SOMOS TODOS NÓS.