Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil

Retrospectiva meteorológica SDC/SC: 12/2024 –  Dezembro de 2024: Temporais em todo o estado de Santa Catarina e tsunami meteorológico 

Meteorologista: Jéssica Silva

Dezembro marca oficialmente o início do verão no hemisfério sul e, climatologicamente, é caracterizado por temporais típicos da estação em todas as regiões de Santa Catarina. Os acumulados médios de chuva variam entre 150mm e 200mm na maior parte do estado, com algumas áreas do Litoral Sul e do Litoral Norte alcançando valores próximos a 250mm e 300mm.

A primeira quinzena do mês de dezembro de 2024 foi marcada por temporais isolados e chuva pontualmente intensa em algumas regiões, resultando em volumes de precipitação acima da média em grande parte do estado, com destaque para o Litoral Norte.

Os temporais típicos de verão são caracterizados por chuvas rápidas, muitas vezes acompanhadas por raios, fortes rajadas de vento e, em alguns casos, queda de granizo. Ocorrem, principalmente, devido ao  intenso aquecimento da superfície e da alta disponibilidade de umidade na atmosfera. 

Na primeira quinzena do mês, além das chuvas típicas do verão, ocorreram episódios de frentes frias sobre o estado, o que contribuiu de forma significativa para que os volumes de chuva superassem a média. Um dos momentos mais marcantes foi entre os dias 07 e 09, quando uma frente fria com características estacionárias provocou instabilidades, resultando em temporais isolados e chuvas intensas em todas as regiões de Santa Catarina, com registros em torno de 200 mm durante os três dias.

Além dos episódios de chuva, o mês de dezembro registrou a ocorrência de um tsunami meteorológico (figura 1)  na madrugada do dia 02, que atingiu a região de Jaguaruna, no Litoral Sul de Santa Catarina. O mar avançou de maneira repentina, alcançando uma grande extensão em direção ao continente. 

O fenômeno ocorreu em condições atípicas, já que os modelos meteorológicos não indicavam maré alta ou agitação marítima. Foi causado por  uma linha de instabilidade intensa que se formou na região, gerando rápidas variações na pressão atmosférica e ventos fortes. Esses fatores combinados criaram pulsos de pressão que se propagaram no oceano, aumentando o tamanho das ondas à medida que se aproximavam da costa. Felizmente, o evento não causou danos graves e não houve feridos. 

Figura 1: Tsunami meteorológico na cidade de Jaguaruna.