Meteorologista: Nicolle Reis

Em janeiro de 2024, o clima em Santa Catarina foi caracterizado por condições típicas do mês, com variações significativas entre o litoral e o interior do estado.

No litoral catarinense, especialmente no Litoral Norte, a circulação marítima provocou episódios frequentes de chuva persistente. Janeiro é, comumente, o mês mais chuvoso do ano nessas áreas, e em 2024 não foi diferente. Os volumes de chuva ficaram acima da média, com destaque para o Litoral Norte, onde os acumulados superaram os 500 mm, ficando 200 mm acima do esperado para o período.

Já no interior do estado, as chuvas foram associadas a temporais isolados, típicos do final da tarde durante o verão. Nas regiões do Extremo Oeste e dos Planaltos, os temporais predominaram, sendo mais localizados. Nessas áreas, os acumulados médios de chuva costumam ser menores em comparação ao litoral e, em janeiro de 2024, resultaram em valores próximos da média histórica.

Portanto, o mês de janeiro foi marcado por um padrão climático típico, com volumes de chuva significativamente acima da média no litoral, especialmente no Litoral Norte, e volumes mais próximos da média no interior do estado.

Figura 1. Distribuição espacial da anomalia de chuva em janeiro de 2024,  em Santa Catarina. Dados:  Epagri/Ciram, DCSC, ANA e INMET. Arte: SDC/SC.

Ainda no litoral, dois fenômenos meteorológicos chamaram a atenção durante o mês de janeiro. O primeiro foi o registro de uma tromba d’água em Florianópolis, no dia 26 (Figura 2). Esse fenômeno se formou devido à presença de instabilidade atmosférica e, embora não represente risco direto à população, pode oferecer perigo para embarcações, especialmente nas áreas próximas à costa. 

Figura 2. Tromba D’água na Praia do Santinho em Florianópolis no dia 26 de janeiro de 2024. Fonte:  Cabo Tiago Moritz/CBMSC.

O segundo evento significativo foi uma microexplosão registrada em São Francisco do Sul, no Litoral Norte, no dia 19. O radar meteorológico do Vale do Itajaí indicou a presença de uma tempestade na região, com rajadas de vento que atingiram cerca de 80 km/h. O fenômeno causou diversos danos na cidade, incluindo a queda de árvores e destelhamentos, afetando áreas residenciais e comerciais (Figura 3).

Figura 3. Danos causados pela microexplosão no Iate Clube de São Francisco do Sul no dia 29 de janeiro de 2024. Fonte: Prefeitura São Francisco do Sul/Divulgação.