Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil

Nota Meteorológica SDC/SC 20/12 – Previsão Climática para o primeiro trimestre de 2025

Ao longo dos próximos meses a previsão indica que, apesar de o oceano Pacífico apresentar resfriamento, ele não será suficiente para a configuração de um evento de La Niña. Desta forma, continuaremos em neutralidade climática e o próximo trimestre deve apresentar um padrão de chuvas e temperaturas dentro do esperado para a época do ano. 

Destaca-se que, com o início do verão, os meses de janeiro, fevereiro e março costumam ser marcados por chuvas irregulares, associadas aos “temporais de verão”, que se formam nos períodos da tarde e noite e são potencializados pela disponibilidade de calor e umidade. Além disso, no litoral catarinense, o trimestre janeiro, fevereiro e março marca o período mais chuvoso do ano, devido à frequente atuação da circulação marítima.

Para janeiro de 2025 é esperado chuva próximo à média, mas destaca-se as regiões litorâneas, onde poderá acumular valores acima do normal. Vale ressaltar que janeiro já são observados valores médios entre 150 e 300mm de precipitação, marcando um período de chuvas significativas. 

Fevereiro também marca um mês com precipitação elevada, entre 150 e 250mm, ficando dentro do normal para o período. No mês de março diminuem os volumes de precipitação, sobretudo nas áreas centrais, os valores médios registram entre 100 e 200mm. 

Em relação às temperaturas, o verão é a época mais quente do ano. Neste início de 2025 é esperado que as temperaturas apresentem um comportamento próximo da média, com possibilidade de dias consecutivos de calor intenso. 

Por fim, destaca-se que, apesar de se esperar um verão dentro da normalidade, isso não exclui a possibilidade de ocorrerem eventos extremos de precipitação e/ou ondas de calor que possam gerar transtornos à população. 

HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS

De acordo com o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), que abrange 29 anos de dados (1995-2019), foram registradas 5540 ocorrências de desastres. 

Grande parte das ocorrências ficam concentradas nos meses mais quentes do ano, entre setembro e março (Figura 2). O verão é marcado pelo aumento de ocorrências associadas, principalmente, a temporais causados pela disponibilidade de calor e umidade, resultando em chuvas intensas com alagamentos e enxurradas. No litoral, eventos de chuvas recorrentes e por vezes intensa associadas à circulação marítima também são comuns, sendo caracterizadas pelo transporte de umidade do mar para o continente.

Figura 1. Distribuição mensal do total de ocorrências (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.

No trimestre, Janeiro registrou pouco mais de 60 ocorrências associadas a chuvas intensas, seguido por Fevereiro, que registrou aproximadamente 30 ocorrências. Isso faz deste período do ano o que apresenta o maior número de ocorrências. Estes eventos estão relacionados com o aumento de temporais de verão, que ocorrem por conta da combinação da grande disponibilidade de umidade com altas temperaturas.

Figura 2. Distribuição mensal das ocorrências por Chuvas Intensas. Fonte: UFSC, 2020.

As chuvas intensas são caracterizadas por grandes volumes de chuva em curto período de tempo. Com isso, muitas vezes estes eventos provocam aumento de outras ocorrências como enxurradas e alagamentos (Figuras 4 e 5). 

O mês de Janeiro é disparadamente o mês do ano com o maior número de ocorrências relacionadas a enxurradas, se aproximando de 350 registros no período (Figura 4), assim como alagamentos com 33 registros (Figura 5). Os meses de Fevereiro e Março, que grande parte do verão, também apresentam um volume maior de ocorrências relacionadas a esses eventos, como é possível observar nas Figuras 4 e 5.

Figura 4. Distribuição mensal das ocorrências por Alagamentos. Fonte: UFSC, 2020.

RECOMENDAÇÕES

No caso de alagamentos e enxurradas, evite o contato com as águas e não dirija em locais alagados. Não transite sobre pontilhões e pontes submersas. Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões.

Durante temporais com raios, rajadas de vento e granizo, busque local abrigado, longe de árvores, placas e de outros objetos que possam ser arremessados. Na praia, não fique na água.

A Secretaria da Proteção e Defesa Civil reitera a necessidade de acompanhar diariamente os Avisos e boletins de previsão do tempo devido às constantes atualizações nos modelos meteorológicos.

#DEFESACIVIL, SOMOS TODOS NÓS.