Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil

Nota Meteorológica SDC SC 26/10 – Previsão Climática para o trimestre Novembro e Dezembro de 2024 e Janeiro de 2025

CLIMATOLOGIA

Os próximos três meses (novembro, dezembro e janeiro) compreendem a transição da primavera para o verão no Hemisfério Sul. De acordo com a climatologia, neste período, a chuva ocorre de forma volumosa, em especial no grande oeste do estado, que apresenta os maiores acumulados do ano. A chuva que no início do período ainda é provocada pela passagem de frentes frias, associadas a ciclones extratropicais, passa a ocorrer mais associada à convecção, ou seja, devido aos temporais, que normalmente ocorrem entre o final das tardes e o início das noites, que são típicos do verão. As frentes frias, associadas a ciclones, costumam provocar episódios de agitação marítima e ressaca nas regiões litorâneas. Já os temporais, podem resultar em ventos fortes, queda de granizo, alagamentos e enxurradas. 

 No mês de novembro os volumes acumulados diminuem com relação aos meses anteriores, uma vez que, a chuva passa a apresentar distribuição irregular, mas tende a ser mais frequente. De uma forma geral os volumes esperados variam entre 140 e 170 mm no Grande Oeste e entre 110 e 140 mm nas demais regiões.  

Em dezembro, os volumes seguem significativos, mas melhores distribuídos no estado. São esperados acumulados entre 150 e 200 mm em grande parte das regiões, com apenas pontuais ligeiramente abaixo destes valores.

Em janeiro, os volumes seguem significativos, ainda com acumulados entre 150 e 200 mm em grande parte das regiões, entretanto, os volumes aumentam nas regiões litorâneas, com acumulados que podem somar até 250 mm.

Nesta época do ano, são menos frequentes e duradouros os episódios de frio, muitas vezes com sensação de calor ainda no amanhecer, especialmente a partir de dezembro.

PREVISÃO

Atualmente, estamos na fase de neutralidade em relação aos fenômenos El Niño e La Niña, o que significa que nenhum dos dois fenômenos estão ativos. A expectativa de configuração de La Niña tem diminuído a cada atualização das projeções. Para o próximo trimestre, as temperaturas no Oceano Pacífico Equatorial seguem resfriadas, mas não o suficiente para configuração do fenômeno, portanto, se espera uma permanência da neutralidade nos próximos meses.

Figura 1: Previsão probabilística do fenômeno El Niño – Oscilação Sul. Fonte: Climate Prediction Center (CPC).

A primavera começou relativamente seca em Santa Catarina, com chuva abaixo da média no mês de Setembro. Em outubro, assim como esperado, os volumes já estão próximos a acima da média climatológica em todo o estado. E para novembro se espera a mesma condição para todo o estado, ou seja, que os volumes acumulados oscilem entre valores próximos a acima da média. 

Para dezembro e janeiro, os volumes previstos tendem a ficar em torno da média, que ainda permanece elevada nesta época do ano, resultado principalmente da combinação de calor e umidade disponíveis. As previsões também indicam que o próximo trimestre será marcado por temperaturas acima da média histórica.

Em resumo, com a neutralidade predominando do pacífico, se espera um trimestre com chuva dentro do normal para a época do ano. De forma pontual, podem ser observados acumulados acima da média no período, devido ao padrão de chuva marcado por tempestades nesta época do ano, que ocorrem de forma irregular. As tempestades também podem ser intensificadas por conta do calor acima da média.

HISTÓRICO DE OCORRÊNCIAS

De acordo com o Perfil Histórico de Desastres do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina (PPDC-SC), que abrange 29 anos de dados (1995-2019), foram registradas 5540 ocorrências de desastres. 

Grande parte das ocorrências ficam concentradas nos meses mais quentes do ano, entre setembro e março (Figura 2). O final da primavera e início do verão é marcado pelo aumento de ocorrências associadas, principalmente, a temporais causados pela disponibilidade de calor e umidade, resultando em chuvas intensas com alagamentos e enxurradas.

Figura 2. Distribuição mensal do total de ocorrências (1995-2019). Fonte: UFSC, 2020.

Janeiro registrou pouco mais de 60 ocorrências associadas a chuvas intensas, o que faz deste o mês do ano com o maior número de ocorrências no período analisado. Estes eventos estão relacionados com o aumento de temporais de verão, que ocorrem por conta da combinação da grande disponibilidade de umidade com altas temperaturas.

Figura 3. Distribuição mensal das ocorrências por Chuvas Intensas. Fonte: UFSC, 2020.

As chuvas intensas são caracterizadas por grandes volumes de chuva em curto período de tempo. Com isso, muitas vezes estes eventos provocam aumento de outras ocorrências como enxurradas e alagamentos (Figuras 4 e 5). 

Janeiro é disparadamente o mês do ano com o maior número de ocorrências relacionadas a enxurradas, se aproximando de 350 registros no período (Figura 4), assim como alagamentos com 33 registros (Figura 5).

Figura 4. Distribuição mensal das ocorrências por Enxurradas. Fonte: UFSC, 2020.

Figura 5. Distribuição mensal das ocorrências por Alagamentos. Fonte: UFSC, 2020.

RECOMENDAÇÕES

No caso de alagamentos e enxurradas, evite o contato com as águas e não dirija em locais alagados. Não transite sobre pontilhões e pontes submersas. Cuidado com crianças próximas a rios e ribeirões.

Durante temporais com raios, rajadas de vento e granizo, busque local abrigado, longe de árvores, placas e de outros objetos que possam ser arremessados. Na praia, não fique na água.

A Secretaria da Proteção e Defesa Civil reitera a necessidade de acompanhar diariamente os Avisos e boletins de previsão do tempo devido às constantes atualizações nos modelos meteorológicos.

#DEFESACIVIL, SOMOS TODOS NÓS.